A menos de dois meses da chegada do papa ao Rio, a organização da Jornada Mundial de Juventude (JMJ), que acontece entre os dias 23 e 28 de julho, faz ajustes nos principais eventos do encontro católico, como a mudança na localização do palco da Praia de Copacabana. Também há preocupação da segurança com o trajeto entre a Base Aérea do Galeão e a zona sul, por causa da passagem pela Linha Vermelha. Como o Vaticano pediu o menor número possível de deslocamentos em helicóptero, o papa deverá seguir em um carro blindado. O motivo da apreensão é que a via expressa não tem alternativa de escape em caso de algum incidente. O papa chegará às 16h do dia 22 de julho e voltará ao Vaticano às 19h do dia 28.
Segundo representantes do poder público, as atenções estão voltadas à prevenção e à reação a um possível ato terrorista, por mais improvável que seja. A orientação é que a comitiva do papa, formada por 40 pessoas, não passe por túneis e priorize trajetos que tenham vias alternativas para possíveis mudanças de rota.
Para facilitar a circulação dos fiéis e a montagem da estrutura para 2 mil pessoas nas areias de Copacabana, onde acontecerão três grandes eventos durante a JMJ, a localização do palco foi modificada. Em vez de ficar em frente à Praça do Lido, o palco ficará no Leme, em frente ao hotel Windsor Atlântica, que tem a faixa de areia mais larga do que o local previsto inicialmente. É um recuo de 500 metros em relação ao planejamento inicial.
O palco – maior estrutura já montada na orla – abrigará a missa de abertura da Jornada, dia 23, celebrada pelo arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, sem a presença do papa, com público estimado em 900 mil pessoas. No dia 25, o pontífice participará da cerimônia de acolhida e, no dia seguinte, assistirá à via crúcis. Em cada evento está prevista a presença de 1,5 milhão de fiéis.
O papa chegará de helicóptero ao Forte de Copacabana, no Posto 6 e seguirá de papamóvel até o palco. A segurança foi orientada a se preparar para a possibilidade dele, a exemplo do que tem feito com frequência no Vaticano, decidir andar entre os fiéis. Para voltar ao Sumaré (zona norte), onde a comitiva ficará hospedada, está previsto que o papa embarque no heliporto do Forte do Leme. O Vaticano programou o uso de helicópteros só em casos especiais, por considerar trabalhoso o deslocamento do grande número de pessoas da comitiva, que têm de estar sempre próximas ao papa. Quatro helicópteros das Forças Armadas estarão à disposição do Vaticano.
Para a visita do papa à favela de Varginha (zona norte), são esperadas 50 mil pessoas, mesmo público estimado no entorno do Palácio São Joaquim, na Glória (zona sul), onde ele fará a oração do Angelus, no balcão voltado para a rua. Na visita do papa à Feira Vocacional, na Quinta da Boa Vista (zona norte), o cálculo é de 30 mil fiéis. (Agência Estado)