Os Policiais Federais em Pernambuco vão realizar uma paralisação de advertência de 24h a partir desta quinta-feira (31). A decisão foi tomada na última sexta (25) em assembleia geral pelo sindicato da categoria. Serviços como expedição de porte de arma, protocolagem de documentos e investigações sem caráter de urgência não serão realizados pelos agentes, escrivães e papiloscopistas do Estado.
Em Suape, o controle feito pela PF nos navios que aportam no porto também estará paralisado. Os agentes que trabalham nas dependências da PF no Aeroporto Internacional dos Guararapes também aderiram a paralisação. Por causa disso, serviços como expedição de passaporte e movimento de fiscalização de imigrantes no terminal aéreo de passageiros estarão prejudicados durante a mobilização.
Com apenas 30% do efetivo para manter as atividades dos serviços essenciais, o grupo realizará uma passeata por vias no Centro da capital pernambucana, com início na Superintendência Regional da Polícia Federal em Pernambuco, no Bairro do Recife, até o Marco Zero da cidade.
A intenção é alertar a sociedade para a pauta de reivindicações do grupo em todo o País. "Deve ir ao conhecimento da sociedade toda esta situação de crise interna que passa a Polícia Federal", explica Marcelo Pires, presidente do Sindicato da Polícia Federal em Pernambuco (Sinpef/PE). Policiais das delegacias de PF de Caruaru e Salgueiro, no Agreste e Sertão do Estado, também farão mobilizações.
A categoria segue o movimento nacional promovido pelo Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que se reuniu no início de outubro para discutir as estratégias e deliberar esta paralisação de advertência. "Ela serve para advertir o governo sobre a morosidade das negociações com a categoria, que já vão para quase cinco anos. Se não houver consenso entre o Governo e as entidades, deverá haver um recrudescimento, ou seja, nós vamos paralisar por mais dias, talvez até por tempo indeterminado", ressalta Pires.
REIVINDICAÇÕES - A categoria reivindica o reconhecimento do nível superior pela Lei nº 9.266/96, que definiu o nível superior dos cargos de escrivão, papiloscopistas e agentes federais. Os PFs também pedem a definição das atribuições destes cargos, atualmente definidades, segundo a categoria, em uma Portaria do MPOG (523/89).
Os policiais denunciam sucateamento funcional e salarial, assim como assédio moral e perseguições, o que acarreta na evasão de profissionais para outros órgãos. A questão do reajuste salarial também é colocada em pauta. Segundo o Sinpef/PE, a categoria está sem reajuste há quase cinco anos, sendo a última reposição salarial de 3,4% em 2009.