O México convocou nesta segunda-feira (2) o embaixador dos EUA e exigiu uma "investigação exaustiva" ao condenar "categoricamente" qualquer espionagem por parte de Washington, após a divulgação de informações da Rede Globo sobre a interceptação de comunicações do presidente Enrique Peña Nieto, informou a secretaria de Relações Exteriores.
"O governo do México rejeita e condena categoricamente qualquer trabalho de espionagem de cidadãos mexicanos", indica a Chancelaria em um comunicado, no qual afirma ter "convocado o embaixador dos Estados Unidos para exigir uma investigação".
As denúncias divulgadas pela Globo se referem a um documento de 2012 atribuído à Agência Nacional de Inteligência (NSA, na sigla em inglês) indicando que comunicações da presidente brasileira, Dilma Rousseff, e do seu colega mexicano, Enrique Peña Nieto, na época candidato, estariam sendo espionadas.
A reportagem contou com a colaboração do repórter do jornal britânico "The Guardian" Glenn Greenwald, que revelou as denúncias de espionagem americana com base em documentos vazados pelo ex-consultor de inteligência Edward Snowden, acusado de espionagem por Washington e asilado na Rússia.
"O México tomou nota das versões de diversos meios de comunicação internacionais sobre a suposta espionagem de cidadãos mexicanos dentro dos programas" da NSA, destacou a chancelaria mexicana.
"Sem prejulgar sobre a veracidade da informação apresentada nestes meios de comunicação, o governo do México rejeita e condena categoricamente qualquer tipo de espionagem sobre cidadãos mexicanos em violação ao Direito Internacional".
Nesta segunda, o governo brasileiro classificou como "inadmissível e inaceitável" a espionagem da qual teria sido alvo a presidente Dilma e pediu explicações rápidas e por escrito, informou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em entrevista conjunta com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.
Se for comprovada, a interceptação das comunicações de Dilma por parte dos Estados Unidos, denunciada pela TV Globo no domingo, "representa uma violação inadmissível e inaceitável da soberania brasileira", declarou Figueiredo.