A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte aprovou na tarde desta quinta-feira, 6, mensagem do prefeitoRaimundo Macedo (PMDB) que reduz em até 25% o salário dos professores da rede pública do Município. A votação ocorreu sob protestos da categoria e acabou com conflito entre vereadores, educadores e Polícia Militar – com uso de cassetetes e spray de pimenta.
Mesmo com o tumulto, o projeto foi aprovado com 12 votos favoráveis, quatro contrários e três abstenções. Além de reajustar o salário dos professores municipais, a mensagem ainda aumenta a carga horária e retira direitos da categoria – como benefícios para educadores próximos da aposentadoria ou que ficarem doentes no exercício da profissão.
O clima esquentou logo no início da sessão, com o presidente da Câmara de Juazeiro, Antônio de Lunga (PSC), batendo boca com vereadores da oposição. A situação se agravou quando manifestantes invadiram o plenário da Casa, sendo contidos pela Polícia e Guarda Municipal. O projeto foi aprovado sobre vaias dos professores.
Prefeitura
Durante a votação, o líder do governo na Câmara, Nivaldo Cabral (DEM), defendeu o projeto e destacou a necessidade de reduzir a folha da Prefeitura, que estaria “inviável”. Ele ressaltou que professores de Juazeiro tem salários acima do piso pago no Estado. O argumento do vereador foi rejeitado pela categoria, que acusa o Executivo de manter grande número de cargos comissionados “desnecessários” na gestão.
O Povo tentou entrar em contato com a Prefeitura de Juazeiro, mas não obteve resposta. Funcionários da gestão afirmaram que não podem se manifestar sobre o caso, pois o prefeito Raimundo Macedo se encontra em viagem ao exterior.
Atualmente, o piso estabelecido pelo Ministério da Educação para o magistério é de R$ 1,56 mil. Somando gratificações, professores de Juazeiro recebem cerca de R$ 2,2 mil.